sábado, 25 de setembro de 2010

adolescência

Entre a infância e a adolescência


Nas meninas chega a menstruação, os seios começam a crescer e o corpo começa a criar contornos mais acentuados. Nos meninos os ombros se alargam, a voz passa por mudanças de timbre e a quantidade de pêlos no corpo aumenta. Eles não são mais crianças, mas também ainda não entraram na adolescência. Nesse período conhecido biologicamente como puberdade, garotos e garotas se sentem inseguros não apenas com as mudanças do corpo, como também por se sentirem pressionados a abandonar os brinquedos pelas responsabilidades da vida adulta.

“Sutiã incomoda muito, não gosto de usar. Mas todas as minhas amigas usam, e se não uso fico me sentindo incomodada, principalmente quando é com o uniforme branco da escola”, falou Victória Carvalho, 12. As mudanças vão acontecendo no corpo de forma involuntária à vontade das crianças, então eles se vêem com dúvidas sobre querer ou não passar para a fase da adolescência. “Eu adoro brincar, e não quero deixar de brincar nunca. Mas também quero ser igual a minha irmã mais velha, e poder usar suas roupas e maquiagens”, disse Geórgia Catarina, 9.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, quem está entre os 13 e 18 anos é considerado adolescente, mas alguns jovens, como Victória Carvalho, 12, não gostam e não querem ser tratadas pelo termo. “Não gosto quando me chamam de adolescente, minha irmã sim, que já tem quinze anos que é uma, mas eu ainda me acho criança!”, falou. Já Pedro Silva, da mesma idade, já prefere ser tratado como um. “Não precisei deixar de jogar bola ou vídeo game pra deixar de ser criança, mas percebi que não era mais uma quando comecei a andar sozinho e sentir segurança em tomar minhas próprias decisões”, comentou o garoto.

De acordo com a pediatra especialista em adolescentes, Mariângela Barbosa, as crianças estão chegando à puberdade cada vez mais cedo. “Antigamente a puberdade era verificada entre os 13, 14, 15 anos, hoje para uma menina de nove anos a menstruação deve ser encarada como algo completamente normal”, comenta. As mudanças ocorrem com as crianças, mas a pediatra afirma que nessa fase a maior procura pelos médicos é feita pelos pais ao invés dos filhos. “As crianças não sentem que estão mudando, para elas é normal. Mas os pais sentem a diferença dos filhos e tem procurado cada vez mais orientações para esse momento”, disse.

A pediatra explica que as mudanças no corpo verificadas pelo aumento de pêlos, a menstruação, aumento da mama e quadril, aumento do pênis e testículos e surgimento do pombo de adão, além de mostrarem uma nova visão do corpo, afetam o comportamento do jovem. “É muito comum que a criança mude, pois geralmente as perspectivas que ela tem para o seu corpo não são correspondidas pelas mudanças que estão acontecendo. Crianças que sempre tiveram um bom comportamento de repente começam a dar trabalho, ter dificuldades na escola, além de se sentirem inseguras e com a auto-estima afetada”, finalizou

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